Uma
maneira de acabar com o argumento batido que a internet é o que fazemos dela é
olhar para o tipo de comportamento permitido em cada rede social online. Não é
muito diferente das regras da casa tia, em algumas jamais você pode colocar o
pé no sofá, em outras pode abrir a geladeira.
O
fenômeno do textão no Facebook também é um bom exemplo. A regra é clara, sou esperto
e politizado. O Facebook é o almoço de domingo. No Twitter você pode ser engraçado
e irônico. Seus parentes, vizinhos e pseudos-conhecidos não estão lá, fale
besteira a vontade. No Instagram já faz um tempo que ficou chato postar foto de
comida. A patrulha foi grande, parece que ainda é permitido postar fotos do pôr d0 sol
ou de arte urbana, ou uma frase qualquer num muro pichado.
Existem
outras redes sociais de nicho como o Tumbrl e Pinterest. É certo que a
função desses sites nunca ficou muito clara. Uma curadoria de tudo que eu
queria ser ou os símbolos que me constituem. O Pinterest é como a casa daquele
seu amigo com um quê de artista, todos os móveis conversam entre si, lá nada
foi colocado ao acaso, as coisas tem uma história e um porque, e sim, são todas
bonitas, ou razoavelmente contempláveis. Moraria facilmente dentro do
Pinterest.
A rede
social que tem me intrigado é o Snapchat. Cada lugar é estruturado de maneira a
permitir certas condutas e a do Snap é clara, quero compartilhar, mas só por
alguns segundos, depois tudo cai no vazio. Não é à toa que os adolescentes
tomaram conta do lugar. Lembre quando você teve o chatíssimo trabalho de apagar
fotos do seu ex do Facebook, ou pior, quando lembrou das fotos da adolescência
estampadas no Orkut. Não deixar rastros parece ser a ordem da vez.
Bruno
Latour disse que o jornal é a oração diária do homem moderno. As redes sociais
onlines são a reza do homem pós-moderno. Continuo incrédula em todas elas,
mesmo sabendo da realidade fragmentada e previamente criada apenas para ser, e
claro, sigo atualizando.
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