terça-feira, 31 de março de 2009

sem meias palavras


na tarde de inverno
sou folha sem vento
arrastada na enxurrada

rumo ao nada que se esconde
no outro lado dos esgotos
que atravessam, silenciosos, as cidades.

fosse em Paris, seria charme.

mas, aqui, às dezoito horas
de um dia chuvoso de agosto
no nordeste brasileiro

sou puro desespero.

(Marcia Maia)